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25.11.2016
É preciso unidade contra os retrocessos, afirma encontro nacional do semiárido
Site - Brasil de Fato
Agricultores e agricultoras também realizaram ato público

Por Monyse Ravenna

A ASA quer estar mais junto dos movimentos sociais na construção das suas lutas”, disse Naidson Baptista, representante da coordenação nacional da Articulação. / Asacom
No último dia do IX Encontro Nacional da Articulação Semiárido Brasileiro (EnconASA), as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a Via Campesina, o Levante Popular da Juventude, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag), a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar no Brasil (Contraf) e o Movimento Nacional de Trabalhadoras Rurais (MNTR) reuniram-se à ASA para apontar e construir caminhos de unidade nas lutas políticas e sociais. “A ASA neste encontro afirma que não vai abrir mão das lutas e da construção da convivência com o semiárido, mas também quer estar mais junto dos movimentos sociais na construção das suas lutas”, disse Naidson Baptista, representante da coordenação nacional da Articulação.

Para Luís Piritiba, do Levante Popular da Juventude, “nenhum segmento sozinho é capaz apontar caminhos precisamos seguir juntos”, mesmo caminho apontado por Alexandre Conceição do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina, “O golpe nos trouxe oportunidade de nos reinventar e nos reaproximar. Só a unidade da classe trabalhadora para derrotar o golpe, o império e a intolerância”, ele também enfatiza a necessidade de estímulo a todas as lutas, “a radicalidade não está no desejo de cada um, está na necessidade, quanto mais o golpe for radical na avançada sobre nossos direitos, mais nós seremos radicais em nossas ações. Estamos aqui agora também para convidar a todos a construírem uma grande marcha popular pelo Brasil a partir de 2017”, concluiu.

Para representante da Frente Brasil Popular e vereadora eleita Isolda Dantas (PT), “o ano de 2017 vai ser um ano de muitas lutas, temos muito combustível, mas é preciso disputar a indignação da classe trabalhadora”.

“É simbólico estarmos aqui no mês de novembro, porque é um período de muitas lutas e reflexões sobre a consciência negra e sobre a não-violência contra as mulheres, em uma conjuntura que vencer os vários tipos de violência e a cultura do estupro não tem sido fácil”, afirmou Verônica Santana do MNTR.

Semiárido na rua - Agricultores familiares, ribeirinhos, indígenas, quilombolas, mulheres, jovens, realizaram em conjunto com a Frente Brasil Popular o ato público: “Semiárido Vivo: Nenhum Direito a Menos”. Cerca de 1000 pessoas caminharam por diversas ruas da cidade no dia 24.11, denunciando os constantes ataques do governo de Michel Temer aos direitos, sobretudo aqueles relacionados as populações do campo e contra à PEC 55, que tramita no senado e prevê o congelamento doe gastos sociais por 20 anos. O ato também denunciou o desmonte de toda a estrutura governamental de fortalecimento da agricultura familiar.

Para Liliane de Carvalho, que veio da cidade cearense de Viçosa e faz parte do Movimento Ibiapabano de Mulheres (MIM) , “As mulheres estão na rua para afirmar a nossa capacidade de transformar o mundo em que vivemos e a nossa disposição de lutar sempre, até que tenhamos uma sociedade justa, igualitária e feliz”, afirmou. Já Tárzia Medeiros, da ASA Potiguar lembra que as mulheres também estão nas ruas contra todos os tipos de violência e opressões sofridas cotidianamente pelas mulheres.

Daniela Bento, participante do encontro da delegação de Sergipe, ressaltou que as LGBT’s também estão presentes na manifestação, “A diversidade sexual está nas ruas para garantir os poucos direitos que nós temos, como por exemplo o casamento civil. Lutamos contra o Estatuto da Família que continua tentando nos negar o direito de nos reconhecer como família. A pauta da diversidade sexual não pode ficar invisível, ela precisa ser incluída nas pautas relativas aos povos do semiárido. Queremos conquistar direitos, mas também corações e mentes, queremos quebrar o silêncio, romper a invisibilidade e dizer que existimos”, arremata.

O ato fez uma parada com intervenção em frente a 12ª Diretoria de Educação do Estado do Rio Grande do Norte, que está ocupada por estudantes secundaristas. Tiago Jansen integrante do Levante Popular da Juventude do Maranhão que também participava do ato pontuou que a juventude e os povos do Semiárido estão sofrendo ataques “tanto do governo ilegítimo de Michel Temer, como do judiciário e do legislativo, por isso uma Reforma Política que seja feita com a participação do povo se faz extremamente necessária”, aponta.

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