Cisternas nas Escolas
23.08.2017 PI
Profissionais da Educação debatem as riquezas de seu lugar durante formação

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Por Neto Santos – comunicador popular FPCSA

Formação em educação contextualizada é uma das atividades previstas no programa Cisternas nas Escolas | Foto: Neto Santos

“Os livros que recebemos para trabalhar vem com a realidade de outros Estados do País totalmente diferente da vida que levamos e vivenciamos aqui no Semiárido. Por isso a gente precisa ir buscar bagagem em outras fontes para trabalhar e nem sempre encontra, mas aqui a gente se depara com uma grande riqueza possível de levar para as escolas onde trabalhamos”. Esse é um dos trechos relatados pela professora Euza do Carmo da Escola Municipal São Gonçalo, localizada a 7 km do município de Milton Brandão, região norte do Piauí.

A fala foi feita durante sua participação na oficina de educação contextualizada para a convivência com o Semiárido, atividade que integra o plano de ações do Programa Cisternas nas Escolas. A riqueza da execução do Programa não se limita apenas em facilitar que as escolas tenham uma estrutura de captação de água, neste caso a cisterna, mas sim por englobar debates, mobilizações e formações com membros da escola e da comunidade.

Entre as atividades de trabalho do Cisternas nas Escolas estão as oficinas sobre educação contextualizada dirigida para o corpo de profissionais de educação que trabalham nas escolas, envolvidas no Programa. “Este é um momento de riqueza porque temos a oportunidade de debater e descobrir novas fontes de riquezas sobre o nosso lugar”, disse o professor Maurício Medeiros que trabalha na escola do Assentamento Fraza também no município de Milton Brandão.

O professor destacou ainda, que juntamente com outra colega de trabalho já tem um plano para quando a escola tiver sua cisterna, para trabalhar com os alunos a produção de hortaliças agroecológicas para o consumo na escola e assim incluir o debate sobre a qualidade dos alimentos que são consumidos no dia-a-dia. “Esse é um momento rico também para que possamos motivar nossos alunos a pensar em profissões como técnico agrícola ou agronomia”, disse.

Na ocasião, o professor Francisco de Castro, que é também assessor pedagógico do Programa pelo Centro de Formação Mandacaru de Pedro II salientou a relevância da ação para suscitar o debate sobre a valorização da realidade local dentro do ambiente escolar.  “Para quem tem a oportunidade de acompanhar e trabalhar na execução do Programa Cisternas nas Escolas assim como eu, vai perceber um outro fato que é a comunidade, o poder público, aqui no caso as prefeituras, as organizações socais e os profissionais de educação realizarem um debate valioso que envolve o zelo pelo bem público, o laço família e escola, os desafios das escolas do campo, o debate sobre a arte e a cultura locais, além da enorme troca de conhecimentos entre as partes envolvidas  através das reuniões, cursos, oficinas e encontros territoriais”, afirmou Francisco.