Agroecologia
13.09.2017
Pesquisa sobre os fogões agroecológicos é divulgada no VI Congresso Latino-americano de Agroecologia em Brasília

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Por Bruna Suianne - Núcleo de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste

O fogão agroecológico contribui para a melhoria da qualidade de vida das mulheres no Semiárido | Arquivo: Casa da Mulher do Nordeste
A Casa da Mulher do Nordeste (CMN) apresenta na sexta edição do Congresso Latino-americano de Agroecologia os resultados de uma pesquisa sobre as experiências das mulheres do Sertão do Pajeú na preservação da caatinga através dos fogões agroecológicos. O encontro acontece entre os dias 12 a 15 de setembro, com o tema “Agroecologia na Transformação dos Sistemas Agroalimentares na América Latina: Memórias, Saberes e Caminhos para o Bem Viver”. O congresso, que será realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães em Brasília, reúne acadêmicos, técnicos, estudantes e agricultores organizados, proporcionando o diálogo e gerando acordos que se difundem através da Carta Agroecológica ao final do evento.

A pesquisa realizada pela CMN buscou identificar os efeitos na utilização do fogão agroecológico pelas mulheres agricultoras, integrantes do Projeto Mulheres na Caatinga, que teve apoio com a Petrobrás Socioambiental e o Instituto População Sociedade e Natureza/PPECOS, nos anos de 2013 e 2015, respectivamente. O trabalho apontou que o fogão agroecológico contribui para a melhoria da qualidade de vida das mulheres e suas famílias, em diferentes dimensões: econômica, ambiental, social e da saúde.

Nesta edição, o encontro traz uma participação maior de mulheres, pesquisadoras e estudiosas; inclusive de muitas mulheres feministas. Isso pode ser observado na formação das mesas e nas atividades oferecidas, já que muitas temáticas vão trabalhar o feminismo, a agroecologia e gênero. “Esse é um elemento importante de se destacar, pois é fruto de todo um trabalho da organização das mulheres que estão nesse campo e que vem tentando incidir nesse congresso, que tem uma marca acadêmica e muito masculina. Neste ano teremos um grande avanço em relação a isso, de trazer esse assunto de maneira mais transversal no congresso como um todo. Para a Casa da Mulher do Nordeste é muito importante estar nesse evento por tudo isso que ele está envolvendo nesta edição”, disse Graciete Santos, Coordenadora Geral da CMN.

Na programação do primeiro dia, o tema “Feminismo e agroecologia: mulheres em luta contra a Violência sexista, o capitalismo e o patriarcado” será discutido durante uma mesa-redonda. Ainda no dia 12, durante a Noite de Lançamento de Publicações, será divulgada a Campanha Pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico, da Rede Feminismo e Agroecologia. A campanha é resultado do processo de construção coletiva do Projeto ATER, Feminismo e Agroecologia, desenvolvido entre os anos de 2014 a 2017, que reuniu uma diversidade de mulheres de todos os estados do Nordeste. O lançamento acontece na sala Ipê Amarelo, das 18h às 21h. Na abertura do segundo dia do encontro, um painel debate o tema “Sem Feminismo não há Agroecologia”. No dia 14, uma oficina dialoga sobre as “Memórias das Mulheres da Agroecologia no Brasil”. Também no dia 14, uma mesa-redonda debate o tema “Mulheres e agroecologia: avanços na economia feminista e solidária”. Todas as atividades do Congresso estão disponíveis no site da organização.

O Congresso Brasileiro de Agroecologia é considerado o maior evento da área em número de participantes e trabalhos técnico-científicos. É promovido pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e reúne todos os setores da sociedade brasileira que atuam e desenvolvem a agroecologia no país.

A Casa da Mulher do Nordeste é uma ONG feminista que atua na Região do Sertão do Pajeú, desenvolvendo experiências de convivência com o semiárido, baseada em alternativas que utilizam tecnologias de baixo custo e buscam reduzir impactos negativos sobre o meio ambiente e melhoria da qualidade de vida das mulheres de maneira agroecológica e sustentável.