Por Elka Macedo - ASACom
129 anos após a assinatura da lei áurea, as populações negras ainda aparecem em grande número nas estatísticas das populações marginalizadas. Segundo o documento “Panorama Social da América Latina 2016” divulgado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) 33% das pessoas que estão na menor faixa de renda no Brasil, são negras.
Neste sentido, em entrevista à Assessoria de Comunicação da ASA (AsaCom), a socióloga e militante do movimento negro e de mulheres de terreiro, Sônia Ribeiro (Abiké), fala sobre a dívida histórica que o estado brasileiro tem para com as populações negras e como a “mentira do processo de abolição” consentiu que as populações saíssem do estado de açoite para compor a classe marginalizada da sociedade.
“A população negra continua escravizada. A população negra continua marginalizada. Nós saímos livres dos açoites da senzala e presos na miséria da favela, da miséria e da vulnerabilidade social”, explicita a socióloga em um dos trechos de sua fala.
Ela recorda que cerca de três milhões de negros foram traficados para o Brasil e vivenciaram mais de quatro séculos de escravização para serem depois largados à revelia sem acesso a direitos básicos como moradia, saúde, trabalho e educação.
Confira o depoimento de Sônia Abiké na integra:
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