Educação Contextualizada
07.05.2018 PI
Intercâmbio promove debate sobre práticas pedagógicas na Educação contextualizada

Voltar


Por Neto Santos – comunicador popular FPCSA

Intercâmbio entre educadores/as gera reflexões sobre educação contextualizada e conjuntura atual | Foto: Neto Santos

Um tema se torna mais rico e envolvente no debate quando se vivencia ou sente seu sabor. Tem sido essa a percepção da equipe do Centro de Formação Mandacaru que tem executado o Programa Cisternas nas Escolas no Território dos Cocais, região norte do Piauí. O que tem levado a equipe a ter essa percepção é a participação dos profissionais como professoras/es, zeladores/as, coordenadoras/es e vigias das escolas que estão recebendo uma cisterna. “O sentimento se torna mais forte quando se coordena o debate sobre educação contextualizada no Semiárido durante as oficinas que o programa contempla”, disse a Adeodata dos Anjos, coordenadora pedagógica do Centro Mandacaru.  A Entidade está executando o Programa Cisternas nas Escolas nos municípios de Piracuruca, São José do Divino e Piripiri, na região norte do Piauí.

Seguindo o cronograma de eventos do programa, o Centro Mandacaru promoveu nos dias 27 e 28 de abril o Intercâmbio de práticas pedagógicas na educação contextualizada com a participação de 53 profissionais de escolas desses municípios. O intercambio ocorreu nas dependências da Ecoescola Thomas a Kempis de Pedro II, uma escola que trabalha em tempo integral e atende 150 estudantes em sua maioria da zona rural do município de Pedro II, cidade na região norte do Estado que fica a 210 km da capital Teresina.

O espaço escolar foi ideal para a realização do intercâmbio e também para o debate sobre o tema já que o forte da Ecoescola mantida pelo Centro Mandacaru é a aplicação do modelo de educação contextualizada em seu cotidiano. A escola tem uma estrutura toda planejada para o atendimento em tempo integral com dois auditórios, quadra esportiva, refeitório e áreas para a prática de zootécnica e técnicas sustentáveis de convivência com o Semiárido.

A Programação

Nas primeiras atividades do dia 27 os/as participantes puderam visitar as áreas da escola como hortas, roça agroecológica, área dos caprinos, aves entre outros. Puderam ouvir da equipe da Ecoescola como as práticas trabalhadas nessas áreas entram nas disciplinas curriculares como matemática, biologia, geografia entre outras. Após esse momento, houve a plenária para a realização do debate, perguntas e observações. No segundo momento do dia houve oficinas com os temas meio ambiente e agroecologia nas práticas da educação contextualizada.

A programação do segundo dia de evento foi dedicada à análise de conjuntura e o debate sobre os princípios da educação contextualizada para a convivência com o Semiárido. Uma das palestras foi proferida pela professora Jaqueline de Sousa, coordenadora pedagógica da Ecoescoola Thomas a Kempis. A professora apresentou alguns dos princípios da Educação Contextualizada. Segundo ela, uma vez aplicados, estes princípios fortalecem a educação na perspectiva da convivência com o Semiárido, além de estabelecer um vínculo muito forte do aluno e aluna na formação cidadã e na identidade do mesmo com seu lugar.

Com o passar dos dias tem-se notado uma transformação na escola, comunidade e principalmente no pensar desses profissionais que têm recebido com muita disposição as atividades do Programa Cisternas nas Escolas nos três municípios acima citados. “A cisterna na escola não traz apenas a capacidade de guardar água da chuva, mas promove também um olhar especial dos atores e atrizes da escola sobre o Semiárido”, afirma José Pinheiro, coordenador técnico do Centro Mandacaru.

Nos diversos momentos, o debate e a participação do público sobre os temas só fortaleceram a troca de experiências nas práticas pedagógicas rumo a uma educação voltada para a riqueza e boas práticas do Semiárido. “Eu gostei tanto desses encontros, que se fosse para passar dias debatendo eu estaria junta”, disse contente a professora Salete de Piracuruca.

“Quando eu fui convidada para participar da primeira oficina deste programa representando minha escola, logo pensei: É mais uma oficina, mas hoje afirmo, não foi só mais um evento, foi um grande aprendizado para mim que vou levar por toda minha vida”, afirmou a educadora Celerinda Souza do município de Piripiri.