Agroecologia
08.05.2018
Democracia e Agroecologia para unir cidade e campo
IV ENA chega a Belo Horizonte para mobilizar mais de 30 mil pessoas envolvidas com a geração de renda e trabalho a partir de autogestão e de práticas sustentáveis de cultivo

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Em sua quarta edição, o Encontro Nacional de Agroecologia (IV ENA) se reafirma como o principal fórum de agricultura ecológica de nosso país, em que 70% do consumo alimentício provém da agricultura familiar. Agricultoras e agricultores, representantes de povos e comunidades tradicionais de todos os estados, terão participação ativa no encontro que calcula reunir cerca de 2 mil inscritos e mais de 30 mil visitantes entre os dias 31 de maio a 3 de junho, em Belo Horizonte (MG).

“Quando falamos de agroecologia, estamos falando de tecnologias muito avançadas, e, ao mesmo tempo, do resgate de tradições muito antigas, quando não havia armas químicas combatendo as pragas, nem a geração de tantas pragas”, explica a atriz, cantora e militante da causa Letícia Sabatella, que empresta voz e imagem ao vídeo de apoio ao evento.

Campanha - Termina no dia 15 de maio a campanha de financiamento coletivo complementar o IV ENA Hospedada em catarse.me/ivena, a campanha busca arrecadar R$ 100 mil para cobrir despesas com logística, infraestrutura e comunicação do encontro. Entre as recompensas estão pacotes de sementes crioulas, curso de horta em casa, palestras sobre temas ligados a agroecologia, sustentabilidade e alimentação saudável, além de outros produtos agroecológicos e, também, contrapartidas em visibilidade de marcas durante o encontro, que conta com o apoio de artistas como Letícia Sabatella e Wagner Moura.

Um movimento para muitas causas

O lema escolhido para o ano, ‘Agroecologia e Democracia Unindo Campo e Cidade’, comemora os trinta anos da Constituição Federal de 1988 e reconhece o poder do espaço urbano na cadeia produtiva alimentar.

Apoiar a ida de agricultores e agricultoras ao Encontro é participar do fortalecimento institucional do movimento agroecológico, nas múltiplas causas que ele sustenta, tais como conservação e uso sustentável da biodiversidade; cultivo de sementes locais; protagonismo das mulheres; soberania e segurança alimentar; direitos territoriais de povos e comunidades tradicionais; reforma agrária e estrutura dos meios de produção; gestão de águas; normas sanitárias e fontes de crédito para agricultura familiar; saúde coletiva; economia solidária; políticas públicas; agricultura urbana. “O Brasil precisa cumprir o compromisso firmado no Acordo do Clima de Paris. Precisamos substituir uma agricultura convencional por outra que evite o desmatamento e recupere a biodiversidade”, resume Denis Monteiro, Secretário Executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), organizadora do Encontro.

A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) - Entidade sem fins lucrativos, a ANA foi estabelecida em 2002, ano do primeiro Encontro Nacional de Agroecologia. Rio de Janeiro (2002), Recife (2006) e Juazeiro (2014) sediaram as edições anteriores do evento, que chega em 2018 a Belo Horizonte, cidade com experiências pioneiras de agricultura urbana e importantes iniciativas de movimentos de defesa de direitos.

“O Encontro é de fundamental importância para fortalecer a organização dos povos indígenas, das comunidades quilombolas, dos agricultores e agricultoras familiares, que produzem um alimento sem veneno e em harmonia com a natureza”, completa Maria Emília Pacheco, membro da Comissão Organizadora no IV ENA.