Por Francisco José Barbosa comunicador do Esplar
O dia 12 de maio de 2016 se tornou uma data histórica não só em nosso país, mas em todo mundo. Nesse dia, o Senado deu prosseguimento ao processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff ferindo assim a jovem democracia brasileira. Em posição contrária ao processo de impedimento, muitas vozes se levantam em todo o país contra esse ato que se configura como golpe.
Além dos fatos ocorridos em Brasília, a data também foi escolhida para a realização da Reunião Ordinária do Fórum Microrregional Fortaleza de Convivência com o Semiárido. A ação ocorreu na sede do Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria e reuniu representantes dos municípios de Acarape, Aracoiaba, Aratuba, Barreira, Baturité, Caridade, Chorozinho, Caucaia, Pacajus e Paramoti. Na ocasião, os participantes realizaram debate sobre a atual conjuntura política nacional e os impactos dessa conjuntura frente aos Programas da Articulação do Semiárido (ASA): P1+2, Sementes do Semiárido e Cisternas nas Escolas.
O Encontro teve início com as falas dos/das representantes das comissões de cada município presentes no evento. Todos/as falaram sobre as condições climáticas de suas localidades. O agricultor João Bezerra da Silva, mais conhecido como Bosco, morador de Chorozinho, por exemplo, falou que por conta das poucas chuvas deste ano, poucas pessoas encheram suas cisternas, fazendo com que esse seja um ano ruim para a colheita. Mesmo que em algumas localidades possuam cisternas que ainda não estão cheias, todos afirmaram que essas tecnologias são suas principais fontes de águas em tempo de pouca chuva. Seu abastecimento tanto serve para o plantio, consumo humano e de animal.
Após esse primeiro momento, a advogada e técnica do Esplar, Magnólia Said abriu debate sobre a atual conjuntura política brasileira. Em sua fala, Magnólia discursou sobre a força que os movimentos sociais e o povo devem ter nas ruas e sobre as preocupações com o Governo Temer. De acordo com ela, é importante abrir debate sobre a atual conjuntura política para criar novas estratégias para o povo sentir vontade de ganhar as ruas novamente para protestar pela garantia de seus direitos.
Benefícios com a chegada das Cisternas
A agricultora Antonia Maklene, moradora de Acarape, é uma das beneficiadas com os programas P1MC e o P1+2. De acordo com ela, as tecnologias foram essenciais para sua família. “Antes da primeira cisterna a gente tinha que andar mais de três quilômetros para pegar água. Depois que a cisterna chegou, acabou o nosso sofrimento. Já com a segunda cisterna foi possível melhorar os trabalhos com plantação. Hoje tenho meus canteiros e minha plantação de frutas”, comemora.
Para finalizar o dia, as coordenadoras dos projetos P1+2, Cisternas nas Escolas e Sementes para a Vida falaram sobre as perspectivas para seus respectivos projetos.
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