Mulheres e Diversidade
27.06.2019
As mulheres LBTs falam sobre preconceito, mercado de trabalho, luta e respeito
Programa de rádio Vozes do Campo e da Cidade desta semana trouxe o assunto pautado no Dia do Orgulho LGBTQI+

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Imagem: Divulgação

O dia 28 de junho é a data do Orgulho LGBTQI+. Em 2019, a comunidade relembra os 50 anos da manifestação por direitos civis igualitários iniciada numa revolta contra a violência homofóbica no bar Stonewall Inn, em Nova York, em 1969. Os eventos dessa revolta são tão significativos para a história dos movimentos LGBTs modernos que se tornou um marco.

Pautado sobre isso, esta edição do programa Vozes do Campo e da Cidade, produzido pela Articulação Semiárido, conversou com mulheres LBTs sobre preconceito, mercado de trabalho, luta, avanços e desafios pessoais e do movimento de mulheres lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros.

A DJ Riana Uchôa e a produtora cultural e realizadora de audiovisual Isa Santos, que foram ao estúdio, trouxeram através de suas representatividades as experiências pelas quais percorreram no mercado de trabalho. Para Riana, que está em espaços que aparentemente vendem uma imagem descolada, livre de conservadorismos, que são as festas para o público LGBT, o caminhar não foi fácil e sempre esteve envolto em muito machismo, embora os últimos anos de consciência da sociedade tenham surtido alguns resultados. "Hoje, o que a gente chama de line up deu um certo boom em relação a nomes femininos. Já cheguei a participar de festivais que só tinha eu de mulher."

Para Isa, o desafio é ainda maior quando se mora na periferia. "Antes da transexualidade [o desafio] vem da gente ser de comunidade, da gente morar em bairro, nos Coelhos, no Coque... pela minha convivência, desde minha descoberta aos 8 anos, você ser de bairro e você ser ainda travesti, muitos espaços são fechados e você precisa procurar outros meios." Ela fala que o mundo de trabalho LGBT para esse perfil de pessoa é muito direcionado ao mercado da beleza, mas o destaque na sua trajetória é justamente a escolha que ela fez por ser realizadora audiovisual, remando contra a maré.

Por telefone, gravamos uma entrevista com a jovem agricultora Hérica Janaína, da Pastoral da Juventude Rural. Sobre a recente criminalização da homofobia e das transfobias por uma decisão do Supremo Tribunal Federal - uma conquista histórica no país que mais mata pessoas trans no mundo, a jovem enfatiza que, embora a conquista seja um avanço, precisamos lembrar que "o Estado é governado por uma pessoa assumidamente homfóbico e que de certa forma legitima que [algumas] pessoas não tenham medo de expressar seus preconceitos."

O programa traz ainda uma poesia mais do que especial e pessoal da poeta Dani Bento, que conta a memória do casamento com sua esposa, e uma sugestão musical especial. Tá imperdível! Confere no player abaixo os quatro blocos: