Sementes
28.11.2019
Organizações do projeto Agrobiodiversidade do Semiárido se reunirão em Petrolina para novo módulo de formação
Agrobiodiversidade do Semiárido

Voltar


Por Fernanda Cruz | Asacom

Sementes crioulas | Foto: Acervo Asacom

Na próxima semana, de 2 a 6 de dezembro, começa o II módulo de formação do projeto Agrobiodiversidade do Semiárido, em Petrolina/PE. Todas as organizações envolvidas no projeto participarão da atividade, que prevê a socialização dos processos de mobilização, um debate sobre o panorama da contaminação por transgênicos no mundo e estratégias de proteção e um esboço de um ensaio comparativo de sementes.

O projeto Agrobiodiversidade do Semiárido vem atuando em sete territórios de cinco estados: Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba e Piauí. Esse será a primeira vez que as organizações se encontrarão após o início dos projetos nas localidades. Segundo Paola Cortez, da Embrapa Semiárido, existe uma expectativa grande com relação ao desenvolvimento das atividades nesses primeiros três meses de projeto. “Estamos animados com o retorno porque o feedback das organizações é importante, uma vez que esse primeiro momento era de fortalecimento e consolidação das redes nos territórios, para reativar e reanimar as redes de guardiões e guardiãs de sementes e de parceiros”.

Para Graciete Santos, da Casa da Mulher do Nordeste, uma das organizações que participam do Agrobiodiversidade no Semiárido, esse será um momento importante para ajustar e esclarecer questões e dificuldades enfrentadas na gestão do projeto, bem como avançar na metodologia e nos conteúdos. “Esperamos avançar na necessidade de trazer a dimensão de gênero e da realidade das mulheres para o projeto e suas atividades. Algumas observações foram feitas no primeiro módulo e também foram trabalhados os instrumentos, na perspectiva das práticas feministas como a rotina diária / relógio e o mapa do agroecossistema. Nesse sentido, será interessante observar e discutir sobre aplicação desses instrumentos. Outro desafio é sobre a instalação do campinho [referindo-se aos campos locais de multiplicação]. Analisar as dificuldades e também trocar aprendizagens com as outras organizações será muito bom. Outra expectativa está na dimensão do fortalecimento da rede das organizações de sementes crioulas, cujo projeto se apresenta como uma oportunidade para o fortalecimento, assim como pensar de maneira coletiva em estratégias pra enfrentamento das dificuldades: políticas, financeiras e técnicas”, destaca.

O projeto Agrobiodiversidade do Semiárido integra uma iniciativa mais ampla da Embrapa, o programa Inova Social, que tem financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e a parceria de várias organizações da sociedade civil. Nele estão previstas estratégias de valorização do material genético, conservação e multiplicação das sementes crioulas e influência nas políticas públicas.