COOPERAÇÃO SUL-SUL
21.03.2024
ASA apresenta modelo de convivência com o Semiárido a países da América Central
Articulação participa da missão com representantes de Honduras, Guatemala, Panamá, República Dominicana e Costa Rica

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Por Kleber Nunes | ASACom

O coordenador do P1MC, Rafael Santos, ministrou a conferência “Gestão de recursos hídricos na perspectiva da sociedade civil na região semiárida” | Foto: FAO

As conquistas que marcam os 25 anos da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) foram apresentadas a representantes de cinco países da região do Sistema de Integração Centro-Americana (SICA) - Honduras, Guatemala, Panamá, República Dominicana e Costa Rica. As delegações participam até o próximo sábado (23) de uma missão internacional no Brasil para conhecer os fundamentos do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), no território do Vale do São Francisco, entre Pernambuco e Bahia.

Como parte da programação do intercâmbio, o coordenador do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), Rafael Santos, ministrou a conferência “Gestão de recursos hídricos na perspectiva da sociedade civil na região semiárida”. O encontro aconteceu na segunda-feira (18), no auditório do hotel Nobile Suites Del Rio, em Petrolina (PE).

Para além da apresentação da rede formada por mais de 3.000 organizações da sociedade civil e seu funcionamento, a palestra debateu como a ASA conseguiu, com a luta pelo acesso à água para as famílias do Semiárido, trazer a pauta da convivência para a centralidade do debate político e propor uma lógica de política pública que se contrapõe à tese ineficiente do “combate à seca”.

De acordo com Rafael, os visitantes também puderam conhecer o funcionamento da cisterna, tecnologia de segurança hídrica pioneira nas ações da ASA, que se consolidou como modelo para outros países. No caso de Honduras, Panamá, República Dominicana e Costa Rica, a maioria localizada no Corredor Seco, essa troca de conhecimento sobre um dos símbolos da convivência com o Semiárido brasileiro é ainda mais importante devido às semelhanças entre as regiões.

“Conhecer a solução dos outros pode te dar criatividade para pensar outras soluções para você, a ideia não é copiar, pode adaptar, pode contribuir com inovações. A troca de experiências é ‘o que é que eu aprendo com a experiência do outro para construir  a minha experiência?’ Daí a importância da troca de experiências nesse caso que tem problema semelhante que seria o acesso à água”, afirmou Santos.

Cooperação

Esta missão é parte do novo projeto de cooperação internacional "Inovação para a redução de riscos agroambientais nos países do Corredor Seco Centro-Americano: Zoneamento Agrícola para Riscos Climáticos (ZARC) e Gestão de Recursos Hídricos", uma iniciativa conjunta entre a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que tem o objetivo de contribuir para a mitigação dos efeitos das secas em três países (Guatemala, El Salvador e Honduras) nas áreas de agricultura familiar e desenvolvimento rural.

Durante a missão, participam pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - das unidades Embrapa Solos, Embrapa Semiárido e Embrapa Agricultura Digital - representantes da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), do Banco do Nordeste do Brasil, do Instituto Regional da Pequena Agricultura Apropriada (IRPAA), da Fundação Araripe e da ASA.