Por Kleber Nunes | ASACom
A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma das representantes das organizações da sociedade civil na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A rede formada por mais de 3 mil entidades com atuação no Nordeste e em Minas Gerais participou, na sexta-feira (15), do “Sprint de Soluções de Acesso à Água em Comunidades Vulneráveis 2030”, durante o G20 Social, no Rio de Janeiro. Esse grupo que debate a segurança hídrica conta ainda com Bolívia, Chile, Paraguai e Senegal.
“Como uma das fundadoras e signatárias da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, a ASA anunciou as metas para os próximos anos. Até 2030, queremos universalizar o acesso à água de qualidade para consumo, ampliar o número de famílias agricultoras com água para produção e com saneamento rural”, afirmou a coordenadora executiva da ASA Brasil, Glória Araújo.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é uma iniciativa inédita liderada pelo Brasil, atual presidente do G20 (grupo das maiores economias do mundo) que une outros países, bancos de desenvolvimento e organizações sociais. O objetivo é facilitar a implementação de políticas públicas já testadas com sucesso em diferentes territórios — como o Programa Cisternas executado há 20 anos pela ASA — em nações pobres ou de renda média baixa.
De acordo com o Governo Federal, cerca de 700 mil famílias rurais de baixa renda vivem no Semiárido sem acesso à água potável para beber e cozinhar. Quando se trata de água para a produção de alimentos, o déficit chega a quase 800 mil reservatórios. Além disso, aproximadamente 1.000 escolas rurais ainda não têm fornecimento regular de água. Para suprir essas demandas, é necessário um investimento na ordem de R$ 33 bilhões.
Com uma experiência de mais de duas décadas na condução de programas de acesso à água, a ASA se soma à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza com a missão de zerar esses déficits no Brasil e também de contribuir com outros países. Segundo Glória, é estratégico para a rede fortalecer a Cooperação Sul-Sul.
“A ASA pensa não só no Semiárido brasileiro, mas também de outros países que têm populações em situação de vulnerabilidade. A gente sabe muito bem que nos lugares onde não têm água há dificuldades para produção de alimentos e para a reprodução da própria vida. Então a ASA quer continuar fazendo intercâmbios e contribuindo, sobretudo, com países da América Latina e da África, pois a luta pela vida no planeta é de todos nós”, afirma a coordenadora.
Os anúncios realizados, na sexta-feira, pela ASA e por outros atores sociais fazem parte do esforço impulsionado pela presidência brasileira do G20 para motivar ações antecipadas e melhor alinhamento de parceiros comprometidos nos três pilares da Aliança Global: nações, conhecimentos e finanças. Além da água para comunidades vulneráveis, os “Sprints 2030” abordam alimentação escolar, transferências de renda, programas de inclusão socioeconômica, maternidade e primeira infância.
“A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza está demonstrando a sua capacidade de ação antecipada e resultados concretos, mesmo antes do seu lançamento formal, ao reunir a vontade política dos governos e o apoio consistente das organizações financeiras e de conhecimento”, diz o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.
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