Educação Contextualizada
09.12.2015 PE
Depois da formação em educação contextualizada, educadores/as tem outra visão sobre o Semiárido

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Por Ascom Caatinga

Formação de Professores\as | Foto: Arquivo Caatinga


“Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender”. Nesta citação do filósofo Paulo Freire, é possível perceber o quanto a troca de conhecimento enriquece o saber. Neste sentido, educadores/as dos municípios de Bodocó, Ouricuri e Salgueiro em Pernambuco que estão sendo capacitados por meio do Projeto Cisterna nas Escolas da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) em parceria com a Ong Caatinga chegam ao terceiro módulo de formação de oficinas em educação contextualizada para convivência com o Semiárido.

A formação realizada com professores das escolas rurais beneficiadas diretamente com a construção de cisternas de 52 mil litros, tem o objetivo de construir conhecimento junto aos educadores/as a fim de que estes/as possam valorizar e utilizar o saber local de forma metodológica no cotidiano escolar. Neste sentido, a necessidade de a escola assumir cada vez mais o papel social de contribuição para a comunidade na qual está inserida, bem como a busca constante do conhecimento são constatações ratificadas nas falas dos/as educadores/as.

“Se o objetivo dessas oficinas era nos provocar a pensar e refletir sobre nossa prática pedagógica, sobre o meio onde vivemos, o objetivo foi alcançado, pois saímos daqui hoje nos sentindo provocados/as” ressalta a professora Raiane Mendes que leciona na Escola Getúlio Vargas no município de Bodocó. Já a professora Simone avalia a formação como transformadora. “O que mais mudou em mim, foi o olhar em relação ao Semiárido, por que mesmo morando aqui a vida toda, eu não via nesse lugar possibilidades de vida digna e hoje consigo enxergar toda a beleza e todas as possibilidades de viver bem aqui e isso precisa ser mostrado nas escolas, nas comunidades, mais gente precisa saber”, afirma.

Os depoimentos dos/as educadores/as, demonstram o compromisso da maioria dos profissionais com a educação. Muitos educadores/as se sentem responsáveis e comprometidos/as com os processos educacionais na comunidade e para tanto sentem a necessidade de buscar conhecer mais a realidade das mesmas. Para o professor João Paulo que também faz parte da turma, a formação não se encerra neste último módulo, apenas continua a missão em outra dimensão. “Não terminamos! não há nada acabado. Saímos daqui com o que aprendemos e partilhamos e vamos prosseguir em missão”, ressalta.

Cerca de 375 educadores/as participaram das capacitações que envolvem teoria e prática. De acordo coma técnica do Caatinga, Kátia Rejane, que ministrou e acompanhou boa parte das formações a ação tem resultado surpreendente. “A valorização do saber local e das atividades realizadas pelas famílias só foi possível graças ao novo olhar que os educadores/as têm do Semiárido, enxergar as tantas possibilidades de vida e dignidade, ocupando o lugar da miséria e sofrimento, que historicamente foram reproduzidos pela mídia foi uma quebra fundamental para a nova prática pedagógica, o brilho nos olhos dos/as educadores/as ao falar do Semiárido é claro e motivador”, salientou.