Por Comunicação Cedasb
Quem nunca sentiu aquele cheirinho de coentro verde “tirado da hora”, ainda com aquele orvalho da madrugada. Ou então, aquela alface serenada que ainda é preciso tirar um punhado de terra viva entre suas folhas sadias e brilhosas, cheias de saúde e vida. Mel da florada de aroeira e Jataí, aipim descascado, cebolinha verde e abacate, sabonetes naturais, própolis e beterrabas, cenoura e couve, húmus, cidreira, hortelãzinho e limão do mato. Tudo isso e mais um pouco é comercializado na feira sem veneno promovida pelo Núcleo de Permacultura do Bem (Nupebem).
A feira é denominada Ponto de Encontro, e é realizada na Praça Guadalajara, ou praça da “Escola da Normal”, no bairro Recreio (Vitória da Conquista/BA). O Ponto de Encontro acontece todos os domingos a partir das 9h da manhã e reúne uma diversidade de produtos cultivados de forma natural, sem utilizar uma gota de veneno. É um verdadeiro ponto de encontro, de troca de saberes e experiências entre as pessoas. Enquanto se compra alface e cenoura é possível ensinar e aprender sobre a importância de uma alimentação sadia e sem veneno. Aprender sobre as abelhas e sobre os inúmeros benefícios do mel produzido por elas, sem falar, das ervas medicinais e sua rica funcionalidade fitoterápicas que substituem comprimidos e pílulas farmacêuticas.
Mais do que comercializar, a proposta do Ponto de Encontro é disseminar e resgatar os princípios de agroecologia, tendo como ponto de partida uma produção de alimentar saudável, pois comer, e comer bem é verdadeiramente um ato político. Toda produção comercializada na Feira Ponto de Encontro é produzida no Sitío Sul (Km 19, anel viário – Vit. da Conquista), produção essa, cultivada a partir dos princípios agroflorestais/agroecológico respeitando o tempo e o espaço de cada cultura em sintonia com a natureza. Além da produção cultivada no Sítio Sul e comercializada no Ponto de Encontro, uma das propostas é agregar a produção de outros agricultores/as da região que queiram comercializar seus produtos no Ponto de Encontro, tendo em vista ampliar a variedade de produtos a ser comercializada, motivar estes agricultores/as a este ganho rentável e resgatar a produção e comercialização de alimentos orgânicos e saudáveis.
Não tem quem passe no Ponto de Encontro e não sinta o “cheiro de saúde” e não se encante com a diversidade de cores dos produtos lá comercializados. Vivemos em uma realidade de uma alimentação contaminada pelo veneno que adoece, atrofia e mata, pulverizado em nome de um progresso que nos mata pela boca e nos tornam escravos de uma agricultura que gera morte: para as águas, a terra mãe e as pessoas que nela e dela vivem.
A feira nasce como alternativa e resgate de amor à Mãe Terra e tudo o que há nela, que se desvela no cultivo e comercialização de produtos sustentáveis e puramente saudáveis, mostrando que é possível sim, produzir com qualidade e saúde, amor, harmonia e diversidade. Pois, agroecologia é vida. E vida boa é a que é orgânica e natural, fazendo com que tudo e todos sejam sadios e cheios de vida.
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