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15.03.2011
Obras da transposição serão 40% mais caras
Jornal - Diario de Pernambuco


Por Thatiana Pimentel

As polêmicas em torno das obras de transposição do Rio São Francisco voltaram à pauta dos brasileiros após o anúncio feito pelo novo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, de um provável aumento nos valores da obra. De acordo com o ministro, o projeto deve ter seu custo ampliado em 40%. Ou seja R$ 2 bilhões a mais que os R$ 5 bilhões previstos até o momento.

"Ainda é cedo para anunciar o gasto total, mas se todos os pedidos de aditivos a preços contratuais forem atendidos, a obra poderá ter essa correção", afirmou Coelho. Outra mudança deverá ocorrer nos prazos da obra, cujo Eixo-Leste, do Lago de Itaparica, em Pernambuco, até a Paraíba - deve ser concluído no fim de 2012, quando o prazo inicial era 2010. E o Eixo-Norte (de canais da transposição do São Francisco), de Cabrobó (PE) em direção ao Ceará e ao Rio Grande do Norte, deve ser concluído até o fim de 2013. Ainda segundo o ministro, para analisar novos custos e prazos, uma comissão dentro da pasta foi formada e já está estudando todos os pedidos de alterações e atrasos. Uma definição deverá ser divulgada no fim deste mês.

Para o coordenador do Núcleo de Estudos do Semiárido da Fundação Joaquim Nabuco, o engenheiro agrônomo João Suassuna, esta alteração dos preços já deveria estar prevista desde o inicio das obras, em 2007. "Os cálculos mais positivos são de que o governo consiga avançar 100 metros de canal por dia. Para a conclusão da obra, será preciso 700 quilômetros de canais, isso dá um total de sete mil dias, contando que não haja interrupção. Traduzindo, o prazo mais otimista para a conclusão da transposição é no ano de 2036", afirmou o engenheiro.

Para João Suassuna, quase todas as empreiteiras que estão participando do projeto querem o reajuste dos custos da obra. "As licitações para a transposição não levaram em consideração a inflação, nem a dificuldade das obras. Existem pontos que precisam de bombas caríssimas, que só vendem fora do Brasil. Isso tudo foi aumentando as despesas até o ponto de os construtores pressionarem o governo para mudar os valores contratados sob o risco de abandonar o projeto", explicou o engenheiro. O engenheiro afirmou também que até o final do projeto os custos da transposição deverão sofrer novos reajustes. "O governo federal deverá aceitar esse aumento e os outros que virão porque caso contrário ficará sem opção de mão de obra", finalizou.

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