PAB
27.03.2024
Rio Grande do Norte aponta para a importância dos saberes populares e experiências exitosas
Seminário sobre o Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca aconteceu dias 11 e 12 de março

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Por Miguel Cela | Comunicação PAB

Evento teve a participação de representações do Governo Federal, Governo Estadual, universidades, institutos de pesquisa, organizações da sociedade civil e movimentos sociais | Foto: Comunicação PAB

O segundo encontro para a elaboração de propostas para o Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB) aconteceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, entre os dias 11 e 12 de março. O PAB tem apoio da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).

Com participação de representações do Governo Federal, Governo Estadual, universidades, institutos de pesquisa, organizações da sociedade civil e movimentos sociais, o seminário trouxe uma programação diversa. No primeiro dia, uma potente mesa de abertura abriu os trabalhos para a programação, com destaque para a fala de Fernando Mineiro, Deputado Federal pelo PT do Rio Grande do Norte.

Segundo o parlamentar, é imprescindível que os governos estaduais e municipais se articulem junto ao Governo Federal para a construção, o fortalecimento e a execução de políticas de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca. “Foi anunciada a primeira área de aridez no Brasil. Isso é muito grave”, afirma referindo-se à Nota Técnica elaborada em conjunto pelo Inpe e Cemaden, onde pesquisadores identificaram pela primeira vez a ocorrência de uma região árida no Brasil.

“Estamos em um processo avançado de desertificação”, afirma o Deputado Mineiro. Por isso, também, é imprescindível ouvir as pessoas afetadas, bem como disseminar na sociedade essa agenda global.

Conheça o cronograma de seminários

 

A retomada da caminhada para a construção coletiva de políticas públicas e de planos que embasam e direcionam governos e sociedade civil foi apontada como importante para a invenção de um planeta mais humano e humanizante. O compromisso na luta e o desejo de manter o Semiárido vivo reforça a responsabilidade e o pensamento crítico do Rio Grande do Norte e do Brasil nesse processo.

Outra importante ação é a conservação da Caatinga, bioma afetado pelo processo de desertificação. Nesse sentido, agricultores e agricultoras, povos indígenas e comunidades tradicionais estão à frente e dão exemplos de como podemos viver em sintonia com a natureza. O Bem Viver construído a várias mãos pelas pessoas que pensam outras formas de coexistir foi apresentado durante o seminário na forma de experiências exitosas de conservação da Caatinga, recaatingamento, protagonismo de mulheres e de juventudes.

Como caminho a ser seguido na atualização e construção do PAB, o grupo presente nos dois dias de seminário apontou a importância de se contemplar o saber popular — e todos os saberes — e as experiências exitosas.

Nota Técnica sobre aridez no Brasil

Aridez é uma característica do clima que resulta do déficit hídrico gerado pela insuficiência da precipitação média e sua relação com a evapotranspiração potencial numa dada região. A aridez de uma região é caracterizada através do índice de aridez.

Pesquisadores do INPE e do Cemaden analisaram a variação da precipitação e a evapotranspiração no período entre 1960 e 2020 e verificaram que as áreas do semiárido do país têm crescido a cada década considerada.

Você pode acessar e conhecer a Nota Técnica acessando a seção Documentos em nosso site, ou clicando aqui.