Por Articulação Nacional de Agroecologia (ANA)
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja. A última safra 2016/2017 ocupou uma área de 33,91 milhões de hectares, produzindo 114 milhões de toneladas. É a maior área cultivada com a oleaginosa no país e equivale a 56% da área total semeada, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Uma das principais fronteiras de expansão atual da soja no Brasil é a região chamada de MATOPIBA, palavra formada pelas siglas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O preço das terras nessa área tem aumentado drasticamente.
A expansão da soja tem impactos diretos na produção de alimentos no Brasil, especialmente de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos e transgênicos.Sabemos que 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira vêm do trabalho da agricultura familiar e camponesa. Quanto mais soja nas áreas das agriculturas familiares, menos feijão, milho, frutas, legumes etc, o que tem, inclusive, levado muitas vezes ao aumento do preço desses produtos.
A produção de soja no Brasil é a de menor empregabilidade. Além disso, é majoritariamente baseada em sementes transgênicas e uso abusivo de agrotóxicos, fertilizantes e outros insumos químicos. Estas, dentre outras características, se desdobram numa ampla gama de impactos socioambientais, tanto no campo quanto nas cidades.
Produzida inicialmente na região Sul do país, a soja cresceu de forma acelerada a partir da década de 1970. Atualmente, o Centro-Oeste é a principal região produtora, sendo o Mato Grosso o principal estado. A expansão da soja significa que a ocupação de terras que anteriormente produziam alimentos, seja para o próprio consumo das famílias locais, seja para o abastecimento do mercado interno, está voltada para a produção dessa oleaginosa – em sua maioria de base transgênica – que tem como principal destino o mercado externo.
Diante desse quadro, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) levantou dados importantes sobre a produção de soja no Brasil e seus impactos ambientais e sociais e produziu a cartilha “Soja no Brasil: pobreza, violência e insegurança alimentar”, que está disponível no link: Soja no Brasil: pobreza, violência e insegurança alimentar
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